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Campanha do Agasalho 2009

Saturday, September 29, 2007

Um Aluno/Pessoa - Herói de uma Vida!!!


Um Aluno/Pessoa - Herói de uma Vida!!!

Diário de uma vida, de um momento que fica por escrever…
Quando estou feliz, fico atrapalhado por os outros não o estarem.
A Felicidade devia ser abrangente, extensiva, cobrir espaços, pessoas, de forma a que a área fosse infinita. Imensamente bela!
Impossível de calcular, tal a universalidade indeterminada.
Hoje, na aula, inquiri um aluno com olhar triste, circunspecto:
- Porque não fizeste o trabalho? – Perguntei-lhe intrigado.
Resposta do rapazinho: - Tenho a minha mãe no hospital. – Disse, desconsolado e aflito. Continuou: - Não consigo pensar senão nela. – Concluiu, com os olhos arrasados de água.
Fiquei em silêncio! Fico sempre em silêncio quando o silêncio exige compreensão e consolo.
Permaneci assim alguns segundos. Olhando-o. Só olhando-o!
Esbocei um gesto, uma atitude preocupada e consegui meigamente insistir:
- O que se passa com a tua mãe? – Esforcei-me por proferir.
Cabisbaixo, lá disse: - Está no hospital na Suiça. Eu estou com os meus avós. Vivo com eles.
Debrucei-me sobre o Mundo que era aquela criança e, ternamente, pedi-lhe desculpa.
Depois, abracei-o, sentindo abraçar o Universo e meditei.
Mais um, a quem a vida não sorri. Mais um desalento absurdo de existir, de viver uma vida que deveria ser para viver. Viver em felicidade!
Pensei cabisbaixo, sentindo – me atentamente observado por Deus: - Mais um Herói da vida. Um Herói que tudo merece.
E, o trabalho em falta?
Quero lá saber do trabalho! Que se dane o trabalho!
Quero é saber da criança. Quero é saber da mãe da criança. Quero é saber do Mundo desta criança.
Nada mais!
Sinceramente! Penso naquela criança. Penso naquela vida! Penso naquele Mundo!
E, penso para mim: “É injusto. Profundamente injusto. Porquê?”
Sinto um vazio mexer-se. Mexer-se em mim, por uma ausência de lógica.
Esse vazio sinto-o por ser inexplicável. Essa ausência de lógica sinto-a por ser incompreensível, por ser ilógica, não o devendo ser.
Porquê? Porquê? Meu Deus!
Só sei uma coisa: - Nunca mais lhe perguntarei pelo trabalho! Podem crer!
Se um dia, mo entregar, ficarei feliz. Muito Feliz!
É porque tudo estará bem!

Pena. Diário de um Professor. Março.2007

Thursday, September 27, 2007

Um Sorriso carinhoso abarcando o Mundo para ti!


Um Sorriso Carinhoso abarcando o Mundo para ti!


Não sei porquê mas vivo encantado de felicidade. Talvez, fosse comtemplado com alguma varinha mágica de uma fada boa. De uma fada carinhosamente sonhada e pensada em mim.

A minha alegria tento transmiti-la. Tento abarcar as pessoas fazendo esboçar a minha ternura.

Podem crer, é a minha sinceridade de Ser Humano a falar, a contar, a descrever o que possuo no meu coração.

A Fada boa?

Não! Não a concebi, apareceu-me discretamente, sem eu me aperceber ou prever.

Se calhar não tinha para onde ir ou perdeu-se, tentando descrever a sua aparição e tentando delinear o seu percurso certo. Talvez, tenha contribuido para eu emanar o seu sentir que é o meu sentir.

Sim! Fez-me sorrir, não rir( nunca rio, sorrio) e, diluíu-se no tempo que não cessa nunca.

Não simpatizo com a tristeza. Com o desencanto. Com o despenhar de vidas num abismo porque nutro pelas pessoas, todas, uma felicidade enorme e "assustadora" pela minha entrega total.

Procuro sempre difundir bem-estar, conforto, harmonia. Se consigo? Não sei. Apesar de viver nas simpáticas pessoas não desvendo os seus sentires.

Tenho-os na minha cabeça, somente, acreditem? Muitas! Inúmeras! Andam comigo para todo o lado para onde me desloco.

Vivem no amor do que são. Do amor que me habita. No sonho idealizado em mim a pensar nelas.

Talvez, a fada repleta de bonomia tivesse reconsiderado e os contemplasse também.

Sim! Com a sua varinha mágica encantada. Doce. Terna. Bela e pura!

A sua varinha de condão faz-me sorrir. E, sorrir ao Mundo inteiro de felicidade e encanto.

Ainda pensei que, se as pessoas sorrissem, tivessem um motivo mágico inerente a si.

O meu sorriso não sei se contagia. Espero que contagie. É com paixão que o esboço, concretizo e existo.

Há alturas que sorrio sozinho para mim. Só para mim.

Porque razão?

Sorrio, não rio, apetece-me sorrir. Sei lá por que razão!

Talvez, fosse uma obra magnífica da fada.

Se acredito em fadas que fazem sorrir? Que fazem conquistar sonhos a sorrir? Que fazem conquistar corações a sorrir?

Sim! Acredito plenamente!

Tenho sempre um sorriso carinhoso abarcando o mundo para ti!

Sim! Para ti. Quem quer que sejas!

Onde quer que estejas e onde quer que vivas?

Acredita. É para ti: o sorriso!


Pena.27 de Setembro.2007.

Monday, September 24, 2007

A minha Interioridade e os Jovens!


A minha Interioridade e os Jovens!

Sempre fui complexo na minha simplicidade. Observo-me com atenção.
Nunca abdiquei de certas prioridades do meu eu sensível. Prescutador. Observador atento e que vive em mim.
Os jovens! Esses são como eu. Habitam seres, pessoas, habitam na rebeldia do seu intenso sentir, amar, existir.
Entregam-se à existência com fulgor. Entregam-se com ansiedade. Com desejos.
Aspiram pouco e muito da vida, mas com seu intenso deslumbre da descoberta do seu poderoso querer algo, que sabem poderem obter. Que sabem poder abraçar. Amar!

Ouso dizer e ouso afirmar que a minha identidade se descortina semelhante, quase idêntica à deles.

Sinto que a sua forma de ser é parecida com a minha.
Instalou-se em mim, na compreensão com que os sinto e na forma como eles me compreendem e sentem.
Sussurram-me e segredam-me confidências que pareço entender. E, eu faço por compreender. Faço por descortinar estratégias de os auxiliar no que posso, mas com determinação, sentimento e emoção no meu querer. Até me sinto bem. Muito bem. Auxiliar jovens é simples porque eles são simples e presenteam-nos sempre com a sua amabilidade, simpatia e alegria.

Sinto-me abarcar várias cumplicidades com eles. Afinal, não têm iniquidade. São puros de Alma.
Os seus actos, atitudes, formas de conduzir a vida misturam-se na ternura, na insegurança, mas com verdade, autenticidade e de forma decidida e util para si..
Tal e qual como eu! Tal e qual como anseio ser!

Será por isso que enveredei por ser Professor e Educador de jovens. Talvez, porque me corre no sangue arterial e no sangue venoso a sensação de que lhes corre no coração o mesmo sangue.

Sim! Pareço-me, assemelho-me tanto a eles e à sua difícil busca da sua interioridade e da sua identidade.
Dispenso o "Freud" para os explicar. Só traria complicações. Dispenso-o em mim também.
Não traria nada de novo, acredito. Nem para eles. Nem para mim. Para muitos o "Complexo de Édipo" passou há uma eternidade. Não gostaram dele. Detestaram-no! Detestaram a sua presença em si.

Os jovens têm uma interioridade e eu tenho uma simples interioridade por ser uma complexa interioridade.
A minha ternura, a minha sensibilidade, a minha autenticidade vive em mim com fulgor.
O fulgor deles parecido com o fulgor de mim. Essas encontram-se, descobrem-se e estão lado a lado. Respeitando as diferenças e os papéis que assumimos perante uma existência que se diz incompreensível e, eu entendo tão bem, tão bem que verto lágrimas incrédulas de tanto os perceber.

A minha interioridade e as dos jovens assemelham-se muito. Mesmo muito!
Acreditem ou não.

Sou um Educador e tenho por dever e obrigação entendê-los.

Assim, tal e qual!

Respeito-os tanto! Porque ouso afirmar que os compreendo!

Pena.24 de Setembro de 2007. Diário de um Educador/Professor.

Saturday, September 22, 2007

Prémio da Blogosfera:"Melhores Momentos Virtuais"

Antes de mais queria rectificar um erro e fazer justiça a uma admirável, terna e bela Amiga que, me contempelou, com uma dedicatória:"Bons Momentos Passo Em..."
A MINHA DESLUMBRANTE AMIGA:
Um Momento do blog:" Pensamentos, Reflexões de..."
Para ela um Bem-Haja eterno de estima, consideração e amizade.
OBRIGADO, Amiga!

Este blog foi gentilmente e carinhosamente agraciado com o Prémio: "Melhores Momentos Virtuais" pelos autores e blogs que a seguir se referenciam:


BethSantana do blog: "Ser ou Não Ser!...Sou..."- Pessoa Admirável e Adorável!


Óscar Luiz dos blogs: "Flainando na Web" e "By Oscar Luiz" - Notável e Excelente Pessoa!


Julli Ribeiro do blog:"Lágrimas e Sorrisos". - Uma Divindade!
Elvira do blog : "Coisas Minhas"- Uma pessoa doce, terna e sensívelmente carinhosa.
(Esta indicação foi já efectuada mais tarde em 26/09/2007)


Só a sua enorme sensibilidade, amabilidade e o seu carácter de pessoas bem poderiam contemplar este modesto "espaço" que fica decorado pela sua atitude e, imensa expressão, de solidariedade e ternura visíveis no seu lindo coração e no deslumbrante Ser que possuem.


Fiquei comovido e amplamente agradecido.


Um Bem-Hajam inesquecível e eterno pelo que já representavam na minha vida e passam a figurar na minha "galeria honrosa e majestosa da vida"!


Muito Obrigado!




Repasso este selo a quatro blogs e, respectivos autores, que passo a mencionar:


Anabela Quelhas: "Estirador Sem Rima" pela sua expressividade e talento no que faz com um brilho que cintila e pela maravilhosa pessoa que é.


Joana Castro : "Páginas Soltas" a minha adorada aluna, brilhante em tudo o que faz e em tudo o que diz, com amor na aprendizagem e sempre com uma amabilidade que me transcende como seu Professor.


Jotacê Carranca do blog: "A Minha Sanzala" pelo que é e, significa para toda a gente com um espírito notável de talento nas suas brilhantes introspecções da vida. Possuí um "espaço" de referência obrigatória para toda a gente na imensa Blogosfera.


Luciana Cantanhede do Blog : "Mensagens Para o Coração", uma pérola preciosa e bela da Blogosfera.


(Peço desculpa a todos, mas todos, que não mencionei, mas acreditem que os trago igualmente no meu coração transportando-os para todo o lado com muito afecto e respeito. DESCULPEM-ME, sim?)


A todos desejo uma Felicidade constante e uma amizade inexplicável pela adoração que são neste Mundo para mim, que os sinto e considero com muita estima.


A todos renovo: O MEU MUITO OBRIGADO SENTIDO!


pena.Setembro.2007

Wednesday, September 19, 2007

Diário de Viagem a "Castelo Gondolfo": Estive tão, tão perto, do Sumo Pontífice da Religião Católica!


Diário de Viagem a "Castelo Gondolfo": Estive tão, tão perto, do Sumo Pontífice da Religião Católica!

Quando no dia anterior visitei o lugar de"Castelo Gondolfo", residência do Papa de Verão , cheirava ao misticismo e quietude do lindo poder de Deus.

Nunca fui um "beato" da Igreja. Nunca senti o imenso poder da sua palavra, mas respeito e admiro a sua capacidade angelical e divina. Muitos crentes acreditam, de forma intensa, na sua importância e no seu poder. E, eu, respeito-os. Lá têm as suas muito próprias convicções.

Recordo instantes mágicos somente. Parece que estou a ver o imponente Castelo em que, por acaso, o Papa estava presente e de férias.

Havia um brilhozinho lindo e sentido no olhar das poucas pessoas que concentravam a sua atenção ali.

Sentia-se a imponência e o cheiro de Alguém muito importante e, a nossa atitude, era de fascínio e de mistério. Sabiamos que ali, a dois passos, estava um defensor da bondade, da igualdade, da fraternidade, entre todos os povos do Mundo.

Ver o Sumo Pontífice seria um momento único. Imortal. Maravilhoso pelo que representava no nosso ser ansioso e deslumbrado por tudo o que nos estava a acontecer.

Sentámo-nos numa esplanada bem perto do Castelo majestoso. Por entre gestos e mais gestos que exprimiam a língua que não era a nossa, pedimos um café.

Notava-se amabilidade por todo o lado. Conforto no cheiro especial.

Olhamos para lá. A Guarda Suíça, composta por dois valorosos seres, vestidos, trajando as suas vestes tradicionais e peculiares, surgiam bem marcantes na sua função encarregada de proteger o local, embora não fosse mesmo necessária. Podia prescindir-se. Anular-se.

Se o Papa temesse qualquer coisa, tenho a sensação que a resolveria à sua maneira bem doce e sincera de homem de bem.

E, àquela hora aquele espaço tão representativo limitava-se a três dúzias de pessoas que apareciam aqui e ali, de forma aprazível, curiosa e interessada. Não iria acontecer nada de mal, tinha a plena certeza.

O café absorvido por nós, teve um sabor tão agradável, tão agradável que, nos sentimos viver a irrealidade de um sonho impensável, talvez, por estarmos ali, observando os Guardas e observando tudo, mas tudo. Paramos. Estivemos parados a sonhar. E, que sonho! Bastava colocar o olhar em frente e entrar no sonho simples e mágico só de sonhar e encaminhar o olhar. Nem um movimento, nem um gesto ousavamos executar para não perturbar aquele lugar tão mágico, distante e vivo , na imaginação de todos nós.

Só nos permitiamos a nós próprios olhar! Como uma imposição milagrosa: só olhar!

Permanecíamos como petrificados de encanto. Verdadeiramente conduzidos pelo fascínio de nos lermos e ser lidos. Descobrindo o sentir que, maravilhosamente, sentíamos.

O Papa Bento XVI não apareceu. mas também o compreendiamos na sua majestosa ausência.

Estava lá o lugar, o odor, a vida. Tão lindo foi estar ali.

O céu estava em tudo. Presente em nós. Desperto pelo poder misterioso e mágico. Sentido! Autêntico!

Hoje, ainda pestanejo incrédulo pelo olhar, pelo sonho, pelo céu.

Bento XVI esteve tão perto, tão perto! Tão próximo de mim. Esteve no mesmo céu de mim. Ali. Vi-o em pensamento. No sentir. No odor. Na eterna e deslumbrante partilha comum do lugar.

Estive tão perto, tão perto, de ver o Papa. Senti o meu eu incrédulo. Estupefacto!

Emerso na beleza encantada só do olhar.

Eu sei que me viu, embora não a tenha, a certeza absoluta.

Mas, viu!


Pena. Visita a Castelo Gandolfo.Setembro.2007


Mais tarde consegui vê-Lo em Pessoa na benção das Quartas-feiras na Basílica de S. Pedro!

Fiquei sem falar! Muito tempo!

Sunday, September 16, 2007

Diário de Um Professor/Pai também!


Diário de um Professor/Pai também!

Sempre sonhei abraçar e, entender o Mundo, através do mister que delineei e escolhi a muito custo, a muito pulso, com crianças doces e ternas e, o pensamento em pessoas, que de pessoas se tratam as crianças, numa entrega pessoal por completo.
Sem omitir ou prescindir de nada por entender e conquistar a magia encantada do seu Ser.
Mas, uma entrega, por inteiro! De corpo e Alma dedicadas. Com uma virtuosa atitude sóbria e sensata, com uma responsabilidade atenta ao mínimo pormenor e com um coração repleto, cheio de ternura.
Como se dos meus próprios filhos, elas se tratassem.
Para decidir, reflecti profundamente com os olhos e o entendimento colocados nas suas pequenas cabeças, puras e belas.
Como é compexo? São tantas!
E, vivem a plenitude de tudo o que profiro.
São amáveis, cordiais, talvez, seja isso que enternece a minha entrega sincera.
Ali não há iniquidade ou rancor! Talvez, às vezes, uma pequena revolta que cedo passa, pela incompreensão dos Adultos.
Já lhes expliquei o que são os adultos. Mas, não percebem e, eu, não percebo também. Tenho que ser sincero.
Pela incompreensão vivida que por elas passa. Mas, passa. Passa, rapidamente pelo afago da explicação demorada que, nem mesmo eu, compreendo o que explico.
Tenho dito: “ - Os adultos são os adultos! Não são para perceber”- digo, tentando minorar o meu mal e o mal dos adultos.
No entanto, as marcas perduram, mas conseguem superá-las. Com uma certa angústia e desencanto. Mas, superam!
Exigem compreensão somente!
O Mundo desaba, proclama sofrimento, mas a sua esplendosa singeleza, o seu feérico sentir, esse fica.
Perdura!
Os adultos exigem que passe!Como poderá passar tão rapidamente?
Querem pendurar-lhes um sorriso. Para mim é tarefa fácil porque sou cúmplice de todas as suas atitudes para bem ou para mal.
Não consigo pendurar-lhes, hipocritamente, sorrisos nos seus lindos rostos infantis. É fácil, mas ao mesmo tempo, difícil, podem crer.
Tristes, momentaneamente tristes, mas conformados. Conformados com as marcas que não se apagam facilmente nuns, mais facilmente noutros
As crianças são diferentes no sentimento.
Umas pensam duma maneira. Outras doutra maneira. Umas têm feridas da vida que demoram a sarar porque são crianças e precisam de tempo que não lhes concedem.
Outras nasceram em berço de ouro.
Talvez, superem com maior facilidade.
As pessoas sabem que as não esquecerão.
No entanto, o imperativo é: - São crianças. Isto passa-lhes!
Como adoraria que vestissem a pele delas! Vestissem a sua vida. Vestissem a felicidade e a alegria por poderem brincarem. Vestissem a sua satisfação em poderem sorrir. Vestissem o deslumbre de serem o que são! Vestissem a melhor farda rota do amor que têm dentro delas.
Elas caiem em si.
Desanimadas por não compreenderem o Mundo. Por lhes tirarem o seu mundo. Um mundo precioso, sincero, aberto, infantil!
Apetece-lhes verterem lágrimas de desânimo, mas não podem.
Parecem pensar para dentro delas, só para dentro delas. Pensarem em surdina, em desabafo. Numa confidência a elas mesmas.
Apetece-me segredar-lhes com toda a minha convicção interior:
- Sóis belas, crianças do Mundo! Contai comigo! Eu não vos atropelarei! Jamais!
- Contai comigo! Peço-vos esse favor!
- Farei tudo para que a "Pedagogia do Amor" entre nos vossos corações simples, mas grandes! Do tamanho do Mundo!
- Foi este o meu propósito de sempre e cumprirei até onde as forças me levarem!
- Podem crer! Só crer, basta!

Chega! A Educação não retalha. Prepara para a vida e compreende.
Acima de tudo, COMPREENDE! E compreender basta!
Educar torna-se simples.
Compreendo, porque antes de ser Professor sou Pai.
Um Pai muito atento e lúcido. Decidi que as compreenderei!
Nunca apostei tanto em mim.
Oxalá consiga!
Deus me ajude.


Pena.Setembro.2007

Saturday, September 15, 2007

Uma lúcida forma misteriosa de Ser


Quando o meu pensamento acerta as horas é já tarde. Muito tarde no Tempo.
Os ponteiros do meu ancestral bater das horas no cérebro pararam. Pararam e estagnaram no mistério da existência. Sopra uma brisa suave pela janela do lugar onde estou.

É uma hora dez minutos e trinta segundos da vida. Deste dia.

O bater rítmico do meu coração atento e sóbrio sinto-o sentido em mim. Vivo na quietude dos instantes e na quietude de mim.
Acredito um dia perpetuar a noite. Noite conselheira e amiga. Ansiaria prolongá-la até não constituir novidade para as Pessoas. Amá-la-iam se a conhecessem.

As Personagens da noite ganham formas. Silhuetas perfeitas encantadas no vazio do inconformismo, na quietude, nos gestos, na vicissitude ocasional, adversa de prolongar o seu maravilhoso amor que lhe tenho.
À noite sinto amparo. Abraça-me num afago sincero e puro. Acredito vivamente que todos a sentem. Explode de sensibilidade, onde teimo entricheirar-me quando me perco, onde me reencontro comigo.

Os que amo dormem há muito. Felizes!

Como adoraria sonhar como eles? Sonham a felicidade, tenho a certeza.
A minha forma misteriosa de Ser confunde-me. Dá um grito de apelo constante.
Penso que me compreendem. Na totalidade! Por comportar sonhos. Sonhos magníficos.

Vivo com pressa. Pressa de Ser eu. E, eu, não consigo abservar-me porque vivo rapidamente.
A "correr"!
Vivo um nada feito de muito. Acreditem!
Tenho a minha consciência do que faço e porque faço.

O que faço, faço dando o meu terno amor. Entrego-me e entrego a vida.
Corpo de uma mente pensante. Que faz por pensar.

Vivo uma lúcida forma misteriosa de Ser!

Pena.Setembro.2007

Thursday, September 13, 2007

A minha companheira Ansiedade!


Estou a ler um livro. Fala carinhosamente da ansiedade. Vivo na ansiedade. Constato ansiedade em mim. Comento encantado como sou ansioso.
Talvez, não fizesse bem em comentar?
- Porque sobrevives dos teus comentários? – Reza uma voz, que costuma amparar-me.
Em tudo o que mexe! Em tudo o que existe! Em tudo o que sentes! – Repetiu, com maior ansiedade.
Olhei atentamente para dentro do meu eu.
A voz tornou, voltou à carga: - Porque comentas tudo, mas tudo o que existe em ti com ansiedade de o fazer! Por jorrar da tua Alma incessantemente de maneira infinita.
Oh, meu Deus! Eu que me desfaço em lágrimas ansiosas em tudo o que faço.
As pessoas, que são pessoas, não deviam suportar, nem acarretar o fardo pesado do choro da ansiedade. Não a merecem. Porque são belas. Esplendorosas. Ternas e meigas.
- Tu deves é ser e conter as lágrimas sentidas do teu pensamento? Silencia-te um pouco pela inconveniência de te expressar, pelo que deves quase sempre calar-te. – Insistiu a voz, vinda dos confins da consciência, do ermo distante das minhas ideias que eu desconheço.
Sei que falo muito pouco, mas não me condenem, por favor, vivo calado.
Parei para pensar. Ao menos faço alguma coisa de jeito: Penso que penso! Já não é mau de todo.
As lágrimas escorrem-me com muita frequência. E, a ansiedade?
Confesso: Sou ansioso. Pronto, já disse.
- Vive e sê menos ansioso, sê o que tu és! – Ecoou a voz, nesta altura do desamparo, quando funciona sempre para me amparar.
Aquilo doía nas ideias: A pura ansiedade de mim!
Resolvi abrir a cabeça para espreitar e me certificar de que ela, a ansiedade lá estava? Estava. Comodamente instalada no “sofá da sala” situado na minha cabeça que julgo pensante. Sim! Vejam só isto?
Caramba. Tinham razão!
Pus a cabeça normal, aparentando mais o que sou e, exclamei, peremptório:
- Sou ansioso! Nunca sei as coisas que me vão no meu eu. Que saltam de mim. Que fazem estragos em mim.– Será doença? Será que vou morrer? – Inquiri-me pensativo e aflito de tanto sonhar. E, um sonhar, ansioso.
- Qual cérebro? És, mas és, mesmo incoerentemente ansioso e incoerente nos propósitos que geram conflitos. – Insistiu a voz que me auxilia sempre. A minha voz anjo-da-guarda.
Conformei-me.
- Afinal, vivo de ansiedade! Tinham razão! Sempre vivi ansioso, confesso. - fiz por pensar com o meu eu.
Debati-me com ela, com a ansiedade, como numa guerra onde vence o mais robusto e corajoso lutador. Julgo que sai derrotado do confronto. Venceu a ansiedade por KO técnico inevitável. Era mais evidente e sóbria!
Está bem, mas...
Sou!
Sou ansioso por esperar quem amo!
Ansioso por tentar viver!
Ansioso na doença de um filho que adoece!
Ansioso por chorar lágrimas de amizade verdadeiras, autênticas, sinceras!
Ansioso por me tentar descobrir e tentar descobrir os outros!
Em suma, ANSIOSO na tentativa de auxiliar e, tentar auxiliar-me.
ANSIOSO por tentar viver e tentar compreender os mistérios de existir!
Sim! Sou ANSIOSO!
Completamente e por inteiro!
Tenho um desmedido orgulho na minha conduta de ansiedade. Por ser o que sou. Modesto,mas podendo viver livremente como desejo.
Sim! “Faltam sempre muitos minutos para o que quer que seja.”
Desculpem. Sim?
Desculpem-me quando comento e não comento.
E, tudo isto, porque sou muito Ansioso e moro na ansiedade de mim.
Descobri que, talvez, não seja tão mal fazê-lo, mesmo com ansiedade.
É que sou e sou assim!


Pena.Setembro.2007

Monday, September 10, 2007

Sou! Sei apenas que apenas sou!


Sou. Apenas sou!

Não! Não vou citar Sartre. Não vou dar importância a Albert Camus. Fontes de vida passada.
Talvez, não devesse tocar sequer neles porque podem estimular-me a saudade. O desejo de voltar atrás. O tempo não se controla e faz das pessoas o que elas desejam fazer.
Estive entrincheirado, bem entrincheirado neles. Coisas inabordáveis por serem o que são. Deixam danos. Deixam ideias. Deixam instantes únicos! Fazem sonhar!

O existencialismo que marcou a minha adolescência inconformada, já lá vai. Com ela, com a minha adolescência, foi também o absurdo em que eu vivia. O absurdo a que me entreguei totalmente! Só me alertou a ser um eu! A lidar com o meu eu! A viver na sombra do que sou!

O existencialismo que marcou uma geração, a minha geração, morreu. Não fui ao funeral! Só irei ao meu!
Apesar de me apertar o peito com uma dor incómoda e desagradável, sorri. Tive uma sensação de espécie de liberdade!

Uma espécie de libertação!

Possuo dois filhos adoráveis.
Hoje, é o aniversário do mais velho. Compreende bem porque cresceu e existe vivo na magia do seu lindo Ser.

Não necessito de me preocupar com o que a vida me deu, porque calcei umas pantufas de carinho. As pantufas falam e exprimem bem todo o encanto que eu poderia dizer!
Vivo o dia-a-dia como o raiar belo da alvorada, como vivo o alvorecer do que sinto e penso.
E, penso muito!

Criei a minha forma de pensar. Criei a minha forma de sentir.

Aprendi a agir com o coração. Aprendi a dedicar-me às pessoas com um fervor intenso. Com uma ternura que povoa o meu existir.

Amo a vida, que não precisa de elogios ou bajulação. Agarro-a e tenho-a ao alcance de mim. Do que sou! Do que sou pela entrega à vida. Minha e dos outros!

Não! Não custou. Cumpri a magia da idade da razão. Da idade perfeita das pantufas. Do bem-estar perfeito que umas pantufas transportam.

Por amor a um eu, por amor ao que construí.

Sim! Falo com a responsabilidade do coração nas ideias.

Com o coração na compreensão dos que me amam e que o meu eu retribui, amando também. Sim! Uma forma simples, mas profunda e amiga da minha inteligível Alma que sempre me acompanha para onde vou. E, sei o seu caminho! Consigo sabê-lo sem me atrapalhar ou confundir.

Sei apenas que sou. Existo!
E, sei que estou vivo. Sei, perfeitamente.

Todos, o que a vida lhes deu a vida, sabem!

Pena. Setembro.2007. 7 horas e quinze minutos. Terça-Feira.

Sunday, September 09, 2007

O Imenso Encanto da Existência!


À minha volta está tudo silencioso. Um silêncio que coloca o pensamento em dia.

Não reparo nas horas, nos minutos, nos segundos. A sua fluidez não a sinto. Parece que o Universo parou.

Olho. Tudo está admiravelmente no seu lugar, respeitando a minha escolha com imensa serenidade e harmonia.

Os relógios pararam há muito, num sossego que traduz compreensão e respeito. Também respeito o perpassar do tempo por mim. Não o questiono sequer. Agarro o tempo com garra de um combatente.

Aqui e ali, vejo silhuetas que permanecem estáticas esperando que suceda alguma coisa significativa e representativa para eles. São meras construções do pensamento que me fazem pensar. Amar. Viver.
Descortino a luminosidade de um candeeiro a que me aconchego. Faz-me idealizar o que vai em mim. Contribui com algo que incendeia e jorra alegria do Ser e do Estar. Diz: - Presente!
E, está presente e bem lúcido, afagando o meu existir e dar um significado plausível a tudo o que faço, digo e conto.
Histórias intermináveis de que não sei o fim! Admiráveis e sentidas. Histórias de amor às pessoas que me preenchem e transcendem. Gosto de contá-las, pondo nelas misturas de carinho e amor.
Não por serem minhas, mas pelo temor de perdê-las ou esquecê-las.

Tenho sonhos que me tornam feliz vivendo felicidade. Porque razão? Não consigo definir com precisão. Perguntem aos sonhos? Eles são puros, ingénuos e sinceros. Responderão por certo, porque coabitam mais perto de mim.
Apetecia-me afagar todo o Mundo, todo o Universo, todo o Firmamento de mim e, que habita no que sou, por amor ao infinito conhecido e desconhecido das Pessoas que amo.

Interrogo-me porque sou como sou?
Resposta imediata: Nunca foste nenhum outro. És assim, pronto, está bem? Não compliques o que é complicado por natureza.

Apetece-me, por vezes, fugir, distanciar-me do que sou para ver no que me transformo?
O sonho vai e vem. A Felicidade que sinto pelas Pessoas permanece. Está sempre fixa. Presente!
A Felicidade que vive em mim faz maravilhas. É carinhosa, doce, sentida e verdadeira.

Entrego-me às Pessoas, pronto! Merecem, porque vivem o mesmo sonho que eu.
Igualzinho, sem questionar ou duvidar dele.
Vivo encantado no imenso encanto da existência!
Eu sou assim e, nada há a fazer.
Podem contar comigo.
Sou Feliz!

Pena. Setembro. 2007. Domingo, 09 de Setembro de 2007

Thursday, September 06, 2007

Diário Final de um Turista ocasional 2 - Florença existe!


Eram seis horas da manhã quando nos concentramos em frente do Hotel, em Florença.

Havíamos dormido um sono profundo, mas curto.

Todos concentrados, aguardávamos a chegada do brioso guia, Rui. Íamos conhecer o centro de Florença que deteria por completo a nossa imensa e bem desperta atenção.

O autocarro que nos conduziria estava silencioso, parecendo ainda descansar o olhar feliz, de enormes cidades já percorridas e vistas.

O motorista esperava junto a nós, sempre bem-disposto e agradecido por poder compartilhar connosco dois dedos de conversa.
Quando sorria era porque nós sorríamos.
Quando ficava sério era porque nós facávamos sérios.
Achei engraçado este Senhor.

Tinha um nome algo insólito, Sinhõr Autista!

Passados breves instantes chegou o simpático Rui, sempre com um ar resoluto, mas cordial e simpático para nós.
Um a um entramos no autocarro. As Senhoras em primeiro lugar e os jovens em último.
Uma atitude praticada por todo o nosso unido grupo, que louvo e aprovo com satisfação e encanto.

Já em andamento, sentimos o ar fresco do ar condicionado da vivida viatura entrar em nós, com uma sensação agradável e bemfazeja. Agradecemos o seu afago e abraço prazenteiro, em uníssono. Nunca soube se o escutou!

Escutamos a voz bem timbrada e sempre fresca do Rui, empunhado de microfone:
"- Florença constituí um tesouro do Renascimento, o despertar artístico e cultural do séc.XV. Escritores como Dante, Petrarca e Maquiavel são daqui oriundos e encontram-se aqui sepultados. Contribuiram muito para a herança literária grandiosa do Mundo de todas as épocas, embora fossem os pintores e escultores como: Botticelli, Miguel Ângelo e Donatello que consegiram transformar a cidade numas das maiores capitais artísticas do Mundo".
Escutávamos atentamente as palavras que ecoavam por toda a viatura, deslumbrados pelas informações que surgiam sem serem lidas, saíam directamente do pensamento admirável do Rui. Este, continuou, com sabedoria e isento de cábula:
"- Em Florença existem dois pontos de referência e importância a visitar que aconselho vivamente, pois, vão ficar entregues a vocês próprios e terão muito a descobrir, são: o Convento di San Marco e a Galleria dell´Accademia. Para lá disso, acrescento que, a Ponte Vecchio, datada de 1345 sobre o rio Arno, separando a cidade em duas margens. Numa delas existe uma grandiosidade de ouriversarias cintilando ouro autêntico, repletas de fascínio e luminosidade onde poderão gastar todo o vosso dinheiro e regressar a casa depenados por completo."- Acrescentou em tom brincalhão e muito bem-disposto.

Comecei a sentir encanto por esta cidade e pelo que ela me revelava. Comecei a apaixonar-me por ela, com fervor e desmedidamente, quando, já para o final do dia visitei e adorei tudo, mas tudo, com que ela presenteia os seus visitantes.
Visitei, particularmente, o Convento di San Marco, visualizando o Duomo e Baptistério. O Duomo considerado o símbolo de Florença que atribuí àquela, ser a quarta mais importante Catedral da Europa. O Baptistério, conhecido através das Portas do Paraíso de Miguel Ângelo, recheia-se e orgulha-se, possuir coloridos mosaicos do séc. XIII representando o Juízo Final.

Ao calcorrear as suas ruas, ao conversar com as suas gentes, ao visitar as suas relíquias, Florença ficará eternamente no sonho de mim, pela pura enorme beleza e gigante majestade de ser.

OBRIGADO, Florença!

Regressarei um dia. Prometo.

Pena. Agosto.2007. Escrito algures em Florença. Itália.

Tuesday, September 04, 2007

Gesto carinhoso para uma pessoa Fascinante:"Juli" do blog "Lágrimas e Sorrisos"!


Quem sou eu?
Uma pessoa discreta, simples e dotado de alguma sensibilidade a tudo o que encanta e deslumbra.
Há certas Pessoas que não consigo definir pelo que lhes corre e vai no pensamento.
Pessoas afáveis, boas, sinceras e lúcidas. Pessoas que conquistam, pela simpatia e pelas intermináveis emoções ricas e nobres, que fazem parte integrante do seu ímpar Estar e Sentir a Vida, que fluí sem parar.

Mesmo que pudesse discernir, descrevendo a maravilha do seu Ser, não o conseguiria.

É algo profundo, arrebatador, sentido, que a sua imensa ternura e meiguice, só serve para justificar a sua existência Superior. Divinal e Universal.

Há certas alturas que falo com o Mundo inteiro, que sonho, que a minha imaginação transparente e visível me prega partidas quanto ao destino que agarro com fervor e uma garra de dedicação.
Não passam de meras palavras fantasiadas de amor e de amizade que saem do que sou.

A "Juli" entende-as, na imortalidade que abarca e se transforma em beleza inalcansável e invisível.

Como pode uma Pessoa como ela ser tudo isto?
Sou simples, objectivo e lógico. Ela vive em sonhos arrebatadores que a Vida aprecia com deleite e amizade inequívoca. Verdadeira. Única. Ímpar.

A minha querida amiga é tudo isto e muito mais.

Só me resta uma palavra terna:

OBRIGADO, Amiga "Juli" pela garra e coragem que comportam o seu interior de um tesouro secreto, repleto de riqueza e encanto, que abarca um nosso Planeta controverso, com a sua magia de Dividade que adoro e não não consigo descortinar, por ser angelical e celestial.
Um Bem-Haja, "Juli" por ser assim. Tal como é , aos olhos do Mundo, em que dá verdadeiras provas e lições belas inesquecíveis que fazem pensar muito. Mesmo muito, acredite?

Um lindo crepúsculo terno e belo não conseguiriam defini-la por ser superior a ele!

Pena.Setembro.2007

Sunday, September 02, 2007

Um Relance Vivo e Presente sobre Roma e Florença dignos de ver e sentir! Diário (1. de 2.) de um turista ocasional!


Fazia um calor insuportável quando desembarcamos no aeroporto de Roma.
Quando o tapete começou a deslizar aos nossos olhos cansados, pensamos: Excelente: nenhuma bagagem havia desaparecido. Por certo, um milagre puro e belo de Alguém com dotes e poderes Superiores, que transcendem todas as previsões possíveis ou imaginadas.
Haviam-nos confidenciado que de cinco viagens a Roma só por uma vez havia resgatado a sua bagagem. Das outras quatro não apareceram. Imaginem o drama.
Ansiávamos todos por sossego e muita calma, pois, o nosso alvorecer fora muito cedo.

Ninguém conhecia ninguém.


Os nossos olhares estudavam-se, entrechocavam-se, tentando conquistar alguma afinidade de intenções. Esboçavam-se sorrisos tímidos, encobertos pelo desconhecimento da nossa verdadeira identidade, quanto ao quem éramos e o que faziamos ali.


O nosso guia Rui ia encurtando as distâncias, com um sorriso que se explicava justificadamente de muitos anos nestas andanças.
O silêncio foi quebrado e, disciplinadamente disse:
-Vamos almoçar a uma Estação de Serviço na auto-estrada. Vamos ter de comer "pasta", alimento típico de toda a Itália, obrigatório a todas as refeições e, se comermos sentados, pagaremos o "coperto", pois, eles cobram um pouco mais por isso. Vai sair um pouco cara esta primeira refeição de boas-vindas a Itália e ao seu imenso "colo" protector.

Entramos na estação de serviço da auto-estrada fatigados da viagem de avião, da ausência indesejada de um sono perdido, pois, a partida, que começou no Porto e o check in, foram muito cedo e o sono ficara incompleto.

Ligação do voo do Porto para Lisboa, onde rapidamente trocamos de aparelho, seguindo de imediato com destino a Roma.
Nem um cigarro fumado, apesar do seu amparo maléfico, mas existente.
Foram um total de cerca de quatro horas de voo.
A descida para Roma foi tentada por duas vezes, mas felizmente com sucesso.
O meu querido filho fez o Baptismo de voo e conduzido ao cockpitt do avião.

Almoçamos na estação de serviço da auto-estrada , tivemos de pagar o tal "coperto" tal era o cansaço que nos habitava.

Quando o autocarro, que nos iria acompanhar sempre, chegou a Roma, sentimos que o Mundo inteiro se havia iniciado dali, dadas as lindas imagens que , de boca aberta, apreciávamos, sem ter tempo para ponderar ou discernir, o seu valor grandioso de patrimonónio indefinível de maravilha que surgia com magia bela ao nosso olhar deslumbrado e incrédulo.

Uma imensa riqueza arquitectónica por todos os lugares, por todos os cantos, por onde passávamos e, principalmente, por constituírem um "poço" ancestral vivo, no coração dos seus habitantes, que o sustentavam com um inequívoco orgulho e muita alegria.

A Basílica de S. Pedro
surgiu-nos à frente dos nossos sentidos apurados e, logo, o imensamente presente, estimado e afeiçoado guia Rui, fez-se ouvir:

A Basílica de São Pedro é uma sumptuosa construção do séc.XVI em que sobressaí a cúpula de Miguel Ângelo.
Passados poucos instantes fomos confrontados com uma Praça digna de registo: A Praça de Navona!
A deslumbrante Piazza Navona. O Rui continuou:

-Esta Piazza é ladeada por cafés, tem três fontes barrocas, incluindo a Fontana dei Quatro Fiumi, uma das famosas obras de Bernini.

O nosso olhar estava maravilhado de tanto deslumbre. Esquecíamos até o imenso calor que caia sobre Roma. Começamos timidamente a brincar e a comentar o que víamos com os nossos amigos de circunstância que respeitávamos e considerávamos.

O clima era árduo. Parecia estarmos sob uma temperatura muito superior a 30 graus centígrados.
O nosso prezado guia referiu que toda a água desta cidade era potável, incluindo as fontes naturais surgidas na cidade, onde poderiamos saciar a sede.

Foi o que fizemos. Refrescamo-nos e bebemos imensa água das fontes puras intermináveis.

Continuamos a visita sobre Roma. Escutávamos o som das máquinas de fotografar disparar de um e do outro lado do autocarro. Aponta a direita. Olha a esquerda. Nunca vi tal, na minha vida.

Tudo era demasiado belo e sentíamo-nos retornar extasiados a tempos muito antigos.
Parecia ser ali o início do Mundo!
Atravessávamos as ruas estupefactos, mesmo encantados de sonho e espanto que esquecia a temperatura elevada que fazia escorrer suor pelas nossas faces abaixo.

De súbito, olhando pela janela do autocarro, ei-la! Deparamos com: A Igreja de Santa Maria in Trastevere. Penso que local sagrado escolhido para acção do escritor Dan Brown nos seus livros famosos.


O incansável Rui tomou a palavra, conhecedor de tudo aquilo, como da composição das veias e artérias das suas próprias mãos:

- Esta bela Igreja reclama o estatuto de 1ª Igreja Cristã em Roma. Foi adornada com requintados mosaicos com a foto de todos os Papas. (Até o Papa português deles constava!) Ao lado podia ver-se um pormenor da Vida da Virgem (1291).om r
Depois de concluída a visita à Igreja e, dos seus inúmeros mistérios, prosseguimos. O cansaço era superado pela visão da bela cidade.

Mesmo à nossa frente, encontrava-se o famosíssimo: PANTEÃO!


O diligente guia, limpado o suor que brotava pelo rosto, esclareceu:

O Panteão foi construído entre 118-125 D.C. É uma obra-prima da engenharia romana em que sobressaí a enorme cúpula, escondida pelo Pórtico Clássico.

E
stávamos emersos em encanto. Parecia-nos que o Mundo e a Vida começara ali, em tudo de maravilhoso que víamos.

Tudo acontecia num ápice, ao virar da esquina seguinte.
Ei-lo, à nossa frente: o Deslumbrante Coliseu de Roma!
O brilhante e dedicado Rui esclareceu:
- O Coliseu foi construído em 80 D.C., por um Imperador romano que organizava combates mortais entre gladiadores e animais selvagens para gaúdio da plebe.

Contemplamos demoradamente a sua beleza de fascínio. Aproveitamos para adquirir postais e enviá-los aos familiares.

Em breve, regressamos quase sufocados pelo Astro-rei ao Hotel, para retemperar forças e descansar um pouco merecidamente.
No dia seguinte visitaríamos a cidade de Florença. A Bela Florença!
Bem cedo partiriamos ao seu encontro. Não havia tempo para grandes descansos.

O Meu filho mais novo sorria. A minha Bela esposa cumpria o seu papel de meu eterno Anjo-da-Guarda. Eu devorava com os olhos os pontos visitados com muito interesse e empenho.


Á noite ainda fomos contemplados com um espectáculo no coração de Roma.

Um espectáculo ao vivo, semelhante à Revista Portuguesa, que nos preencheu e conquistou.
La Doce Vita de Roma vivida com intensidade.

No final fomos todos contar anedotas junto do Panteão.
Foi aqui que começamos a fazer amizades. Brincávamos como crianças sobre o povo de Roma. Do "coperto" e da falta de comodidade em comer em pé, sem se sentarem.
O brioso Guia Rui deu por terminada a apoteose dos momentos e surpresas naquele dia estafante para todos.
Chegados ao Hotel, de novo, o silêncio falou mais alto.
Era a altura de dormir um bom sono.
Um facto se tornou evidente em todos nós: O bom Rui não nos daria tréguas, sem conhecermos tudo.
E, disse:
- Ainda ontem deixei uns "desgraçados", estafados pela fadiga no aeroporto.. Arrazados. A tombar para o lado. Pareciam moribundos, coitados.
Jamais um turista pode parar. Só andando, caminhando muito, será um bom turista!
Tememos pelo nosso saudável futuro, mas sorrimos simpaticamente para ele de agradecimento e reconhecimento.
Florença
Levantamo-nos muito cedo. Ainda o raiar da manhã estava por surgir.
Meios a dormir, cambaleando, tomamos um lauto pequeno-almoço que nos daria força e ânimo para prosseguir.
(Continua amanhã)
Pena.Agosto.2007


A Minha Vida...


Sempre me vi e revi entregue à minha melancolia existencial e, assumidamente, à suposta incompreensão e parasitismo do que aparentemente sou.
Nunca me olhei com ambições, próprias do ser humano comum, mas com ideais e valores a ele inerentes que defendo convicta e empenhadamente.
Nunca fui do género de existir para agradar. Não! Não agrado a toda a gente, só para agradar e ficar feliz comigo próprio e com eles.
O carácter e a tranquilidade do meu interior é só comigo e guardo-o como um tesouro e uma relíquia muito valiosa desde pequeno.
Sou sensível ao que me rodeia, apesar de não pertencer a ninguém em particular.
A Beleza e a Felicidade não as compro, vivo-as à minha maneira, sem intromissões de quem quer que seja.
Definem-me como uma pessoa peculiar, que penso ser errado e incorrecto aos seus olhos, apesar de me preocupar à minha maneira, com o bem-estar e a felicidade dos outros com sinceridade absoluta, verdadeira.
Sou normal como a vulgaridade das pessoas!
Enfim, sou pouco sociável, mas solidário e, tentando compreender a forma natural das pessoas, das coisas e do Mundo!
Sei que só se vive de uma vez só, mas essa vida, será como a vejo, como a sinto, como a penso e como me emociona.
Não a desperdiço, podem crer!
Tudo ganha vida à minha volta quando descortino e percepciono atentamente o silêncio e a sua magia. A sala! Os móveis! A luz! As paredes! Os minúsculos insectos!

Entranham-se em mim e fazem-me sobreviver, na pacatez dos meus intensos sonhos que se instalam, sem avisarem ou pedirem licença!
Quando escrevo ou reflicto, as palavras bailam-me com emoção, pela forma exacta e excessivamente séria como saem do meu pensamento.
Os textos e as ideias acontecem naturalmente, expressando o que vejo e revejo, incessante e nitidamente.
Assolam-me, como é natural, momentos felizes e belos, porque os tenho escondido numa caixinha bem secreta, guardada dentro de mim!
Bem guardados, porque vertem lágrimas sentidas de felicidade e encanto quando surgem.

Pura ternura que coabita comigo!
Esvaem-se num êxtase único de segredo pela sensação agradável de me pertencerem e darem sentido à minha pouco preenchida vida.
São sonhos acordados, vigilantes, protectores!
São lágrimas expressivas, plenas, intransmissíveis!
A vida é um ciclo perfeito de emoções.
Há o nascimento. Há a vida e, depois, o seu término.
Nesse percurso há de tudo e, a tudo temos de nos agarrar, com garra e coragem, quase de um poderoso leão.
É assim! Tem que ser assim!
Talvez, exista Ele a proteger-nos, a vigiar-nos, ao nosso lado pronto a intervir.
Será que Lhe podemos entregar a vida?
Para muitos, a verdade é essa, inequívoca, sentida, única!
Sinceramente, eu não sei!
Como poderia eu saber?
Existo somente! Tento viver unicamente!
Com momentos belos e felizes, que tenho e acredito.
Plenamente! Mas, acreditem.
São meus! Só meus!

Pena, Setembro de 2003